quinta-feira, maio 26, 2005
  SOMBRAS DO PASSADO

I


Tudo começou num fim de tarde de um dia de Agosto, dia quente, muito quente, como são todos os dias de Agosto em Beja. Começara a soprar a maré, ao sopro da qual se padejavam os cereais nas eiras e se separava o grão da palha, aquela brisa fresca, balsâmica, que do Oceano nos chega quando o Sol, até aí senhor inclemente, começa a declinar e permite, enfim, que homens e bichos rompam a clausura em que o calor opressivo os mantivera. Chegara a maré e, como vinha sendo hábito, o terraço do Grémio Artístico Bejense povoara-se já com os habituais jogadores de malha, na sua maioria de encanecidas e respeitáveis idades que ali, ao entardecer, se juntavam a jogar ao perde-paga, pagavam um copo os perdedores aos vencedores, que esta é uma associação respeitável e não se permitem jogos a dinheiro, bem entendido.
Nesta ocupação se encontravam quando se anunciam visitantes, uma dama e dois cavalheiros, também eles já de provecta idade. O meu particular amigo senhor Honório Ribeiro, Presidente da colectividade, sem enfado deixou a jogatina e lá foi cumprir as suas funções de anfitrião, bom anfitrião que ele sem favor o sabe ser. Ao que vinham, ao que não vinham? Desejavam visitar as instalações, haviam-nas conhecido na sua meninice já lá iam uns bem puxados setenta anos.
Um dos cavalheiros trazia consigo alguns documentos e fotografias que desejava doar à colectividade, tinham a ver com a mesma. Os anos já eram muitos, o fim aproximava-se e decerto todo aquele espólio haveria de levar sumiço se não estivesse à salvaguarda de quem lhe desse a devida importância e o cuidasse, explicava ele.
Mas a que vinha todo aquele mistério?
-Pois vivi em Beja, durante a minha infância. Meu pai foi mestre de música aqui no Grémio Artístico, era sargento-músico do Regimento de Infantaria 17. Depois fomos para Lisboa, em 1933, e como não deixámos por cá família todo o contacto se perdeu. Veja, ali naquela fotografia de conjunto, aquele era o meu pai.
Encontravam-se na sala da Direcção. Velhas fotografias dependuradas das paredes e cujos segredos já todos desconheciam eram agora reconhecidas por aquele inesperado e tardio visitante, em cuja voz se notava uma ligeira comoção.
O meu amigo Honório passou em revista o espólio que lhe havia sido entregue, reconheceu entre as fotografias uma com a legenda "Direcção do G. A. B. - 1932".
-Veja, ali na parede está uma fotografia igual a esta.
O visitante olhou uma e outra. Que não, que não eram exactamente iguais, disse.
-Como é que não são iguais?
Pois que não eram iguais, comparasse-as melhor e veria que naquela que se encontrava na parede faltava um elemento do grupo.
E de facto faltava. Como era possível?
-Aquele senhor portou-se mal e os companheiros mandaram o fotógrafo apagá-lo. - respondeu lacónico, tão seco e lacónico que o meu amigo Honório ficou sem coragem para perguntar qual o pecado cometido por aquele jovem, pois de um jovem se tratava, à época.
A visita continuou. Mas os visitantes pouco mais disseram. Afinal não vinham para ouvir nem para ver o presente, bastava-lhes o silêncio dos salões e das velhas fotografias das personagens austeras que pontificavam pelas paredes, silêncio que decerto lhes traria vozes do passado, notas soltas da música que ali se tocou, frases avulsas dos actores amadores que no vetusto palco sonharam e fizeram sonhar, etéreas memórias que a quase centenária colectividade encerrava e que só eles sabiam entender. E o meu amigo Honório seguia-os, sem nada explicar e nada interpelar, respeitador do silêncio daqueles romeiros chegados do passado e que procediam, olhavam e tocavam como se nunca de lá tivessem saído. E ele, homem de espírito positivo, confessou-me mais tarde que, a dado momento, ainda receou que, repentinamente, alguma daquelas fotografias se animasse e o retratado desatasse em amena cavaqueira com aqueles fantásticos visitantes.


II


Sobre estas e outras coisas discorria eu com o meu amigo Neves, sentados numa esplanada ali para as Portas de Mértola. O Neves é membro da actual Direcção do Grémio Artístico e andava intrigado com a eventual malfeitoria que o seu antecessor, apagado na fotografia, teria cometido.
-O Presidente não lho perguntou e agora não lho vai perguntar mais. Sabes que o tal misterioso visitante faleceu poucas semanas depois de regressar a Lisboa?
-Como é que sabes? - perguntei-lhe.
-Sei porque há dias realizámos uma exposição retrospectiva sobre a vida da colectividade e enviámos-lhe um convite para assistir à inauguração da mesma, tínhamos ficado com o seu endereço. Pois a resposta que obtivemos foi que já tinha falecido.
-Possivelmente quando cá esteve ele já sabia que iria morrer em breve, daí ter feito a doação do espólio. Talvez padecesse de alguma daquelas doenças que não perdoam e nos marcam prazo. - dizia-lhe eu.
-Também suponho que sim. Mas nunca mais saberemos a tramóia cometida pela outra misteriosa personagem.
-Homem, isso está a tornar-se uma obsessão. E que te importa isso a ti?
Ficou-se de copo na mão a contemplar as bolhas que, do fundo do copo de cerveja, subiam em caprichoso bailado para, passado algum tempo, me perguntar com um ar manhoso, aquele ar manhoso que eu lhe conheço desde os bancos da escola e que sempre arvora quando pretende algo:
-Como é que te parece que poderíamos descobrir a marosca?
-Irra! Qual marosca nem meia marosca. Não tens mais nada que te preocupe? Olha, participa o assunto à Judiciária!
-A sério, como é que nós poderíamos saber?
Comecei a encará-lo com apreensão. A coisa era mais séria do que eu pensava. Sabia que este Neves era de ideias fixas mas esta ultrapassava as marcas. Disse-lhe num tom de enfado:
-Procura nas actas das reuniões da Direcção por volta desses anos. A fotografia onde ele já não consta não tem a data de 1932? Pois então, com toda a probabilidade, o tão misterioso crime terá sido cometido nesse ano ou nos anos anteriores ou posteriores, um ou dois anos antes, um ou dois anos depois, suponho. Como vês, não terás que pesquisar muito.
-Mas isso já eu procurei fazer. Os livros de actas já não existem! - declarou, num desabafo.
-Porquê? Não houve o cuidado de preservá-los?
-Não é isso. Nos anos quarenta houve um incêndio no prédio e grande parte de toda essa documentação se perdeu.
Então ele já havia andado a indagar!? E confesso que terá sido por aqui que o assunto também me começou a interessar. Como nada conseguiu perseguindo a pista mais óbvia, estava agora a tentar derriçar-me, pois bem sabia da minha atracção por papéis e coisas velhas.
-E já tentaste saber de pessoas dessa época que ainda estejam vivas e te possam contar o que aconteceu?
-Repara que estamos a falar de coisas que ocorreram há cerca de setenta anos. Possivelmente aquilo que se passou não foi mais que um fait-divers na vida da cidade, e a memória colectiva não guarda por muito tempo esses pequenos acontecimentos. E os que me poderiam contar aquilo que se passou já decerto morreram todos.
-Tens toda a razão. O que se passou não foi mais que um fait-divers, não merece o esforço.
Começou de novo a fitar o copo de cerveja, agora praticamente vazio e de onde já não subiam bolhinhas. Tinha um ar de cão escorraçado. Mas que podia eu fazer?
-Bem, bem! E se fôssemos tentar sabê-lo pelos jornais da época? Talvez que eles nos possam esclarecer sobre o que se passou.
Um sorriso amaciou-lhe as faces. Deu-me uma tão grande palmada no ombro que salpicos de cerveja saltaram do copo que eu tinha na mão e me molharam a camisa.
-Eu sabia que alguma ideia te havia de ocorrer, eu sabia!
E perante tanta e tão genuína alegria e tão efusiva quanto brusca manifestação de amizade, não fui capaz de me zangar com o Neves por me ter molhado a camisa.


III


No dia aprazado deslocámo-nos à mediateca municipal na esperança de encontrar algo que satisfizesse a assolapada curiosidade do meu amigo Neves e, por que não confessá-lo, a minha própria curiosidade.
-Que jornais da época achas que devemos consultar? - perguntou-me.
-Bem, vamos começar pelo Ecos de Beja, que era à época o jornal de maior circulação na cidade e no distrito, e se aí nada encontrarmos depois se verá.
-Mas o tempo não nos vai chegar para vermos tantos jornais!
-Que tempo? Referes-te ao dia de hoje? Não quiseste meter-te e meter-me nestes assados? Pois fica a saber que voltaremos aqui as vezes que forem necessárias.
Fitou-me com uma cara de algum desalento. O tempo ali passado, ao findar da tarde, seria o tempo em que não estaria com a sua camarilha, depois de deixar o Banco onde trabalhava, a discutir futebol e a beber um copo no bar que habitualmente frequentava.
Fui impiedoso.
-Penso que temos aqui trabalho pelo menos para quinze dias.
Tive como resposta um profundo suspiro.
E, cheios de esperança, deitámos mãos à tarefa. Pedimos à funcionária que nos facultasse a consulta do Ecos de Beja de 1930 e 1931 e distribuímos tarefas: o Neves consultava os números referentes ao primeiro dos anos e eu os restantes.
A busca desse findar de tarde revelou-se infrutífera. O Neves detinha-se demoradamente nas parcas notícias que já então surgiam sobre football, como então ainda se escrevia, e tirava apontamentos, debaixo das minhas admoestações.
-Neves, assim passamos aqui um mês!
-Deixa lá, aquela tropa tem a mania que sabe tudo sobre futebol mas há aqui coisas que eles ignoram completamente.
E ria, com um risinho sarcástico, antevendo o brilharete que haveria de fazer perante aquela douta assembleia de catedráticos do pontapé na bola.
Regressámos no outro dia. O Neves encarregou-se de folhear os jornais referentes ao ano de 1932 e eu de 1933.A fortuna sorriu-me. Num número datado de Março de 1933 li a seguinte notícia:

Causou geral consternação em toda a cidade o misterioso desaparecimento, ocorrido há cerca de uma semana, do senhor Celestino da Graça Rodrigues Gomes, funcionário da Câmara Municipal, onde exercia as funções de escriturário de forma competente e dedicada. À data do encerramento deste jornal as variadas diligências encetadas pelas autoridades nada conseguiram apurar de concreto sobre os motivos de tal desaparecimento.

No número referente à semana seguinte, o Ecos de Beja era um jornal semanário, leio o seguinte:

As autoridades relacionam o misterioso desaparecimento do senhor Celestino da Graça Rodrigues Gomes, por nós já noticiado no nosso número anterior, com o também súbito e misterioso desaparecimento de uma jovem meretriz da Rua da Branca, de seu nome Maria Rosa Guerreiro, mais conhecida pela Maria Algarvia, com a qual, segundo o testemunho de amigos mais chegados do desaparecido, vinha este mantendo um relacionamento amoroso que durava de há meses a esta parte.
Acresce dizer que dos cofres do Grémio Artístico Bejense terão desaparecido, segundo informaram as autoridades e nos foi confirmado pelo Presidente do Grémio, nosso particular amigo e assinante senhor José António Lobo Pimenta, cerca de 12.000.00, dinheiro proveniente da normal cotização e, a maior parte, de um avultado e recente donativo feito por um benemérito local que procurámos identificar mas que insiste em permanecer incógnito. Este avultado quantitativo era destinado ao pagamento de obras urgentes de que carece o edifício onde se encontra instalado o Grémio Artístico, dado o seu avançado estado de degradação.
Ora sucede que o desaparecido vinha desempenhando nesta meritória colectividade, onde gosava de geraes simpatias, as funções de tesoureiro.
Tudo leva a crer estarmos pois perante um furto e fuga motivados por razões passionais. Escusado será dizer quanto este lamentável sucesso impressionou familiares e amigos deste jovem, vítima dos desdouros de uma infeliz paixão.

Mostrei ambas as notícias ao Neves. À medida que as lia o rosto nédio e rubicundo iluminava-se-lhe num sorriso:
-É isto, é isto! - repetia numa excitação feliz.
-Pois é isto! Está satisfeita a tua bisbilhotice?
Folheámos a mãos ambas os números seguintes até ao final do ano de 1933. O facto não era mais citado, pelos vistos os desaparecidos tinham levado um sumiço definitivo.
-Mas e o que lhes teria sucedido, quero dizer, depois de terem fugido? - perguntava-me, coçando a nuca e semicerrando os olhos como se procurasse lobrigar os fugitivos no fundo das suas cogitações.
-Creio que viveram ambos por muitos e longos anos, felizes e contentes, e tiveram muitos meninos. Se pretendes saber mais fá-lo tu agora sozinho, por tua conta e risco. Eu, por mim, dou-me por satisfeito.
E os dias passaram.
Imerso no meu quotidiano esqueci o par amoroso que a moral da época, tão rígida quanto hipócrita, obrigou a procurar refúgio sabia-se lá em que longínquas paragens, até àquele sábado em que, pela manhã, encontrava-me eu na tabacaria a comprar cigarros e o jornal, quando o Neves, que eu já não via há um bom par de dias, irrompe pela casa dentro e naquele seu jeito delicado me dá uma sonorosa palmada nas costas, que me sobressaltou, e me diz:
-Ainda bem que te encontro. Nem de propósito! Temos que ir à Salvada!
A Salvada, para os menos conhecedores da geografia da região, é uma aldeia que dista da cidade de Beja pouco mais de uma dezena de quilómetros.
-Pelo tom imperativo estou em crer que tenho mesmo de lá ir! Mas o que vamos lá fazer?
-Ouve-me, ouve-me bem! Tenho andado a procurar saber quem são os músicos mais velhos que tocaram na banda do Grémio e que ainda estejam vivos. Já falei com vários, mas nenhum deles é suficientemente velho para conhecer o que se passou há setenta anos atrás. Pois bem, soube ontem de um que vive na Salvada e que já terá passado dos noventa. Temos que ir falar com o homem, temos ou não temos?
O bom do Neves não tinha desistido das suas pesquisas. Por força que haveria de descobrir o destino do par amoroso.
-Está bem! Vamos lá falar com o homem. E até pode ser hoje, depois do almoço, se estiveres disponível.
-Mas é claro que estou!
E outra sonora palmada selou o acordado.


IV


O senhor João de Brito Godinho tinha completado 91 anos. Começara a tocar na banda do Grémio tinha ele treze anos, fez parte das suas primeiras escolas de música. Encontrámo-lo ainda fero e de boa memória para as coisa do passado mais distante, que não para as mais recentes, o que parece ser comum a todos aqueles a quem os anos foram poupando. Vivia com uma irmã, também já muito idosa, ambos viúvos. Enquanto tivessem forças para se amparar um ao outro haveriam de fugir dos lares como o diabo da cruz, dizia-nos ele.
Lembrava-se perfeitamente do acontecido, o Celestino era alguns anos, poucos, mais velho do que ele, mas tinha-o conhecido bastante bem até. Não eram das relações um do outro, não senhor, ele era operário e o Celestino funcionário da Câmara; um punha gravata e o outro vestia-se de ganga e isso, naquela época, marcava distâncias.
Mas lembrava-se de tudo bastante bem. Nunca mais soube nada dele. Alguns amigos diziam que estava na Argentina e que até nem estava mal. Mas depois veio a Guerra de Espanha, veio a outra, a Mundial, vieram tempos muito difíceis e nunca mais se soube nada dele. Até se lembrava que a mãe do Celestino, quando ele fugiu com a moça do fado, assim se lhe referia, com vergonha, esteve dias sem pôr o pé na rua e o pai, que tinha uma oficina de ferrador perto da Praça de Touros, teve-a fechada uma porção de tempo. Aquilo foi um grande escândalo.
Neste ponto da narrativa o Neves esticou o pescoço roliço, abriu muito os olhos e perguntou, singularmente interessado.
-Mestre João, diga lá como se chamava o pai do Celestino, ainda se lembra?
-Claro que me lembro, era o Mestre António Ferrador.
-Está bem, mas o nome, o nome completo?
-Também me lembro. Muitas vezes lá fui com o meu pai ferrar um macho que nós tínhamos. O meu pai era forneiro e era com esse macho que fazíamos o carrego de lenha para o forno...
-Está bem, mas como é que era o nome do Mestre Ferrador? - cortou ele, brusco.
Mestre João Godinho olhou para mim como que solicitando uma explicação para tanta impaciência e despropósito do meu amigo, que eu próprio estranhava, ele que habitualmente era tão cordato e bonacheirão.
-Pois era o Mestre António Domingos Pratas Gomes.
O Neves deu um salto na cadeira, como que electrizado. Vimo-lo, com um ar expectante, pegar no telemóvel e nervosamente fazer uma ligação. A espera foi breve:
-Mãe? Sou eu, o João. Ouça, como se chamava, qual era o nome completo da avó Maria ?...Rodrigues Gomes? Pois, está bem!...Nada, eu depois lhe conto!E esse seu tio que emigrou e de quem nada mais souberam?....Chamava-se Celestino?... Sim?...Amanhã, está bem...Sim...Adeus!
Voltou-se para nós, lívido, como se tivesse visto alguma aventesma.
-O pai do Celestino, o Mestre António Ferrador, era meu bisavô! - ciciou num fio de voz, como se a revelação o amedrontasse.
-Era teu bisavô?
-Pois era o meu bisavô materno. O meu bisavô tinha uma oficina de ferrador perto da Praça de Touros, isso sempre o ouvi dizer a minha mãe. A minha avó, filha do Mestre António Ferrador e neste caso irmã do Celestino, chamava-se Maria da Soledade Rodrigues Gomes e a minha mãe Maria da Conceição Gomes Rocha. Eu chamo-me João Manuel Rocha das Neves. - e olhava para mim, depois deste confuso discurso, pálido e com um ar de perfeita incredulidade.
-Acalma-te lá! - dizia-lhe eu, obrigando-o de manso a sentar-se. - Queres tu dizer que o tal Celestino é irmão da tua avó materna e que portanto é teu tio-avô? E como é que só agora o sabes?
-Lembro-me de uma única vez a minha mãe se referir a um seu tio que tinha emigrado e do qual nunca mais tiveram notícias. Vê tu que durante tantos anos procederam como se ele quase não tivesse existido. Tudo isto me parece mentira!- e passava a mão pela testa numa incredulidade pesarosa.
-Pois tinham de facto uns códigos morais extremamente rígidos! - dizia-lhe eu em tom afável, procurando desdramatizar a situação. Já entretanto a irmã de Mestre João Godinho tinha providenciado um copo de água que o Neves bebia sôfrego.
Parecia agora mais calmo.
-Vê lá agora não faças como esse teu antepassado!
O Neves riu-se, estava de regresso o velho e bom Neves.
- Não faço, não! Já não há amores de perdição e com o dinheiro que o cofre do Grémio tem também não dava uma volta muito grande!
Creio não vos ter ainda dito mas o meu bom Neves é o actual tesoureiro do Grémio Artístico Bejense. 
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